terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pavimentação pauta vereadores na região

Somente em Apucarana, foram quase 700 pedidos de tapa-buracos

Antoniele Luciano - da Tribuna do Norte - Diário do Paraná

A má qualidade do asfalto em municípios da região tem ganhado destaque entre as reivindicações dos representantes do Legislativo na região ao longo do ano passado. Um levantamento da Tribuna junto à administração das Câmaras de Apucarana, Arapongas, Jandaia do Sul, Faxinal e Ivaiporã, as cidades mais populosas da região, mostra que os buracos renderam mais de 50% das indicações levadas pelos vereadores ao plenário em 2011.

Somente em Apucarana, foram quase 700 pedidos de tapa-buracos, recuperação asfáltica e pavimentação em um universo de 1.089 solicitações. O restante se divide entre roçagem e limpeza (68), manutenção de bocas de lobo (130), melhorias no trânsito (90) e iluminação pública (47).

Em Jandaia do Sul, segundo a Câmara, pelo menos metade das 158 indicações feitas pelos vereadores tratou de reparos no asfalto, sendo a outra metade reivindicações como sinalização de trânsito e recuperação de estradas rurais, entre outras. Situação semelhante ocorreu em Ivaiporã, onde ao menos 220 das 440 indicações incluíram tapa-buracos, conforme apuração da Câmara Municipal.

Na “Cidade dos Pássaros”, Arapongas, melhorias no asfalto somaram 30% das 380 sugestões apontadas pelos vereadores, o equivalente a 114 indicações, de acordo com a câmara local. Curiosamente, a implantação de Academias da Terceira Idade (ATIs) aparece em segundo lugar no que mais gerou indicações – cerca de 20% dos pedidos em 2011. Já em Faxinal, de 200 pedidos encaminhados pelo Legislativo ao Executivo, pelo menos 40 tiveram relação com a malha viária. Nestes cinco municípios, melhorias na malha viária foram o centro de 1.147 indicações, 95 por mês e ao menos três por dia na região.

O analista político e professor de Ética e Filosofia Política da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Elve Miguel Cenci, analisa que um diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo na busca por soluções é importante, mas não se pode esquecer a verdadeira função dos companheiros de Câmara. “Deve haver uma fiscalização permanente e a discussão de projetos que antecipem problemas futuros, como o trânsito, e que dizem respeito ao desenvolvimento da região, à qualidade de vida, saúde, educação, indústrias, ao perfil que se quer que a cidade tenha”, diz.

Cenci argumenta que a criação destes projetos não está atrelada apenas ao Executivo. As matérias, reforçam ele, passam pelas câmaras, que também precisam ter uma visão estratégica. No entanto, o que se nota, observa o analista, é o cuidado com questões “paroquianas”. “É o papel populista, que tem até o sentido pejorativo, o atendimento à ‘sua clientela’, a base eleitoral do vereador”, destaca.

É como se vereadores, enfatiza Cenci, ainda atuassem como “intermediários” da população junto aos prefeitos com problemas que deveriam ser resolvidos diretamente com o Executivo. “Um exemplo disso é o buraco na rua em frente à casa do morador, que o secretário de obras precisa atender, mas o morador acaba procurando o vereador”, comenta o professor, ao assinalar outro vício desta relação. “Tem o uso político: o vereador da situação tem suas demandas ‘paroquiais’ atendidas e o da oposição não. Mas, esse é um vício também de outras esferas, como a federal”, sustenta.

0 comentários:

Postar um comentário

Atenção, por motivo de segurança ao site, todos os comentários serão postados por pessoas que se identificarem, para não haver nem um tipo de má fé, se querem postar comentários, Favor se identificarem. Att. Mauá Noticias